FM Cultura: Programa Cantos do Sul da Terra completa um ano de valorização da cultura latino-americana


Reproduzo notícia da Fundação Cultural Piratini, sobre aniversário do programa Cantos do Sul da Terra, na rádio FM Cultura. Baita trabalho e baita história que o Demétrio conta no texto abaixo. Parabéns!

Programa Cantos do Sul da Terra completa um ano de valorização da cultura latino-americana na FM Cultura


Há um ano, estreava na rádio FM Cultura 107,7 o programa Cantos do Sul da Terra, apresentado por Demétrio Xavier de segunda a sexta, às 11h, com reprise diária, às 6h. A movimentação para que um programa de rádio que valorizasse a cultura latino americana fosse ao ar teve início em janeiro de 2011 e foi encabeçada pelo próprio Demétrio, cantor, músico e apaixonado pela arte que cavalga sul da américa adentro. Abaixo você confere texto escrito por ele em que conta a história que antecede a estreia do Cantos.

O Terceiro Homem
Em janeiro de 2011, por uma sensibilidade particular do Desembargador Leo Lima, então presidente do Tribunal de Justiça, fui cedido do Judiciário para a Secretaria da Cultura, a pedido do Secretário, para lotação no IGTF. Viajei ao Uruguai e à Argentina naquele mês, lendo encantado no avião e nos vários trechos de ônibus, nos hotéis e em alguma praça o livro Terra Adentro, de Sérgio “Jacaré” Metz, Tau Golin e Pedro Luis da Silveira Osório.

Conheci e admirei Jacaré; li e respeitei Tau Golin. Não sabia quem era Pedro Osório. Levei jornais de divulgação do IGTF e, no último dia da viagem, no interior de Córdoba, esperando o táxi para ir ao aeroporto, folheei um deles. Ali havia uma notícia sobre a posse de Pedro Osório à frente da Fundação Cultural Piratini.

Imediatamente identifiquei o jovem cavaleiro que ao lado de Jacaré e Tau fizera aquela marcha terra adentro, buscando a alma do sul. Desembarquei às sete da manhã em Porto Alegre. Antes das oito, havia conseguido o endereço de e-mail do presidente da Fundação e enviado minha apresentação, em que finalizava dizendo-me “à disposição” e “com disposição”.

Foi um gesto de rapidez lenta, de pressa antiga. É que exatos vinte anos antes, em 1991, eu havia escrito um projeto de programa de rádio sobre integração do chamado cone sul – projeto que apresentei na jovem FM Cultura. Causou interesse, gravou-se um piloto (hoje infelizmente perdido)... Mas me faltava habilitação e não havia curso aberto. Pouco depois, fui chamado para o Tribunal e guardei no olvido aquela ideia querida e quase realizada.

Depois de tudo isso, já lotado na Fundação Piratini, conheci o livro de contos de Jacaré chamado O Primeiro e o Segundo Homem. Chamo Pedro Osório o Terceiro Homem. Aquele que eu não conhecia e que, em sua generosidade inquieta, me permitiu e me possibilitou tirar dos peçuelos o que era apenas um anelo e corporificá-lo no melhor momento, meu e desta casa. Penso nisso muitas vezes, enquanto escuto La Equivoca, a trilha de abertura que escolhera para o programa que faria aos meus 25 anos de idade – e que hoje me avisa a cada dia que é momento de desfrutar do honroso prazer de oferecer o que conheço e de que gosto pelo microfone da 107,7, sempre lembrando a copla popular:

Moeda que está no bolso
talvez se possa guardar
mas a que está na alma
se perde, se não se dá.

Demétrio Xavier

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