Otávio Segala é pura síntese da canção brasileira


Nunca vi Otávio Segala na televisão. Assisti ao cancionista em bar, em apartamento, em teatro. Ouvi muito seu primeiro e impecável disco, de 2003. Tive o privilégio de poucos, ao lado de alguns japoneses, alemães e cariocas.

Maldito interiorano que foi aprender a fazer samba dedilhando o violão com virtuosismo. Teimoso perfeccionista que foi polindo o canto até entregar ao público o timbre mais puro. Genial compositor que não sossega enquanto não encontra o arranjo e a interpretação insubstituíveis para cada canção.

Desse cabeça só poderia emergir uma música tão formidável quanto seria possível na síntese homem brasileiro e violão.

Hoje outros poucos privilegiados sentarão na plateia do recém reformado Teatro Municipal de Passo Fundo (RS). Sofrerão o impacto de presenciar a habilidade e a sensibilidade humanas resistirem nalgum corpo. Só isso importará.




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